segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Deputado Rogerio Correia fala do secretariado anunciado pelo Governador Antonio Anastasia

Entrevista

Deputado Rogerio Correia fala do secretariado anunciado pelo Governador Antonio Anastasia e diz como pretende comandar a oposição petista em Minas Gerais .

Qual análise, como futuro líder da bancada do PT, o senhor faz do secretariado anunciado pelo governador Anastasia?

Um secretariado cuja principalidade é unir a base governista através da partilha de cargos. São quatro novas secretarias, com novas subsecretarias e diretorias a serem anunciadas e pelo menos 13 mil cargos a serem distribuídos aos apadrinhados.

Para tal façanha o Professor Anastasia contou com o instrumento autoritário da lei delegada aprovada por deputados de sua base, ansiosos em obterem um quinhão deste bolo. Aliás, seis deputados estaduais e quatro federais, serão secretários, comprovando e confirmando diretamente que o critério do atendimento político foi amplamente predominante.

A Assembléia Legislativa e a sociedade mineira não tiveram direito de opinar. A prioridade que deveria ser o melhor atendimento ao público foi trocada por barganha política.



Com isto o governador esvasia a oposição e isola o PT?

É parte de sua pretensão. Ele e Aécio governaram assim no passado. Com a Assembleia praticamente dominada, o movimento social reprimido, o Ministério Publico silencioso, a justiça cega e a imprensa calada.

Com o Brasil se desenvolvendo como nunca, com programas sociais, distribuição de renda e obras realizadas pelo PAC em toda a federação eles pegaram carona no governo Lula.

A oposição em Minas não conseguiu oferecer à sociedade um projeto alternativo. Isto ficou claro com a derrota eleitoral que tivemos no Governo e Senado.



Tem como ser diferente nos próximos quatro anos?

Para construirmos com os trabalhadores e com o povo mineiro, das cidades e do campo, este projeto democrático e popular, teremos de construir aliança com partidos, setores e movimento social.

A partir do anúncio do secretariado estamos reforçando o convite ao PMDB, PCdoB e PRB para formarmos um bloco de oposição que junto com sindicalistas, professores, servidores massacrados pelo choque neoliberal de gestão, imprensa alternativa e livre, agricultores familiares, negros, mulheres,enfim,para todos que sabem das conquistas do Governo Lula queiram trazer para o Governo de Minas estes avanços obtidos. A bancada do PT vem com este objetivo e claro, o de ajudar Dilma a avançar ainda mais e trazer para nosso Estado todas as políticas públicas nacionais.



Quais serão os pontos onde o PT pretende deixar claro as diferenças?

Cada deputado(a) da oposição será responsável por um tema específico que deverá se especializar e estudar com maiores detalhes. Durante o recesso estamos nos preparando. A educação não acompanhou os avanços nacionais. Na saúde os investimentos sequer respeitaram as exigências constitucionais. Programas sociais de combate a fome e a miséria vieram de Brasília. A agricultura em MG é vista pelos tucanos e aliados como exclusividade das oligarquias, latifúndios e grandes empresas; pequenos agricultores e assentados de reforma agrária sempre foram tratados como inimigos e criminalizados. Isto para ficar em alguns exemplos.



Quando governador, Aécio "calou" a imprensa. Como levar à população opiniões que não sejam as oficiais?

Continuaremos tendo com a imprensa uma relação de respeito e repudiando qualquer tipo de censura, incluindo a econômica. Mas vamos também procurar mecanismos próprios e de aliados para divulgar nossa ações e opiniões. Estamos nos preparando para isto também. O governador Anastasia terá sempre o nosso respeito e o reconhecimento de sua vitória, mas terá também uma oposição ciente dos seus deveres e de sua força como partido político mais bem avaliado do Estado e do Brasil e que, junto com nossos aliados, venceu em Minas as eleições com Dilma presidenta no primeiro e segundo turno.

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