As Melhores do "Vai..."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tico Tico (teaser)

Presidenta Dilma comenta estado de saúde do ex-presidente Lula

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Serra pressiona Aécio

Blog do Lucas Figueiredo
Serra a Aécio: quem vai piscar primeiro?
Do senador loysio Nunes Ferreira (SP), aliado de José Serra no PSDB, hoje no Twitter:
"Dessa forma, sem trabalhar direito hoje, sem formular propostas, sem organizar o partido, sem uma oposição firme agora, 2014 já era."
"Outro 'aliás': o que o PSDB pensa sobre Código Florestal? Sobre lambanças preparatórias da Copa? Na reforma Política, qual é nossa posição?"
Releia agora o artigo “É isso, Aécio?”, do jornalista Ricardo Melo, publicado na Folha de S.Paulo no último dia 13.
Está claro que Serra percebeu a fragilidade do discurso Polyana de Aécio Neves (conciliar & conciliar & conciliar, luta do futuro contra o passado, política é a arte de administrar, blá blá blá...) e pressiona o mineiro a descer do muro. É uma aposta.
Aécio, de fato, demonstra até agora pouco ânimo para liderar a oposição, papel o qual muitos esperavam que ele assumisse após a débâcle de Serra no ano passado. Já que Aécio não o faz, o paulista aproveita o autismo do mineiro para tentar colar nele o selo de sonso. Assim, no futuro, quem sabe, Serra poderia ressurgir como o único capaz de peitar o vigor de Dilma, Lula e companhia. Dará certo?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Discurso da presidenta Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU

Orlando Silva pede demissão. Mídia golpista vence mais uma. Quem será o último ministro, antes de Dilma?

As corporações midiáticas apostaram tudo na derrubada do ministro. Orlando Silva bateu pé e se defendeu. O PC do B o apoiou. Mas o PIG repicou, e o ministro caiu. Mesmo que a situação estivesse mais favorável a ele hoje que na sexta-feira, quando a presidenta o confirmou no cargo.

De lá pra cá, o que aconteceu? O STF mandou o Procurador-Geral trazer provas contra o ministro, além de recortes de jornais e revistas (sic). A Veja, que apresentaria provas, nada mostrou. O policial denunciante (mais sujo do que pau de galinheiro, acusado ou suspeito de ene malfeitos - até de assassinato) também disse à Polícia Federal que não tinha provas contra o ministro a quem acusara. Hoje à tarde faltou a um depoimento na Câmara com a cínica alegação de que o pedido de demissão do ministro (que não havia sido feito) esvaziaria seu depoimento.

Mas a mídia insistiu. Sábado, domingo, segunda, terça, hoje: nas primeiras páginas dos jornais, na TV, emissoras de rádio, nas revistas, nos portais, o ministro ia (tinha que) cair. Era questão de dias, horas.

Agora à noite, o ministro capitulou. O PC do B, que iria até o fim com ele, aceitou o arreglo, e a mídia corporativa vence mais uma. Batem, e conseguem do governo o que querem (como esse fajuta PNBL e o silêncio sobre a Ley de Medios).

Só não conseguem ainda vencer-nos nas urnas. Mas, até quando? Quantos ministros irão cair até que eles cheguem ao alvo:

Desde maio este blog afirma que o alvo é Dilma.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A arrogância do colunista da Folha



Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Surgiu uma excelente evidência de que a decisão da presidente Dilma de manter o ministro Orlando Silva no cargo desencadeou a fúria de uma imprensa que aposta alto em seu inegável poder de produzir crises e de desarticular o governo através de denúncias.

O colunista da Folha de São Paulo Fernando Rodrigues, em vídeo, faz comentário em tom insolente, jactando-se em nome da “imprensa” por ela estar obrigando a presidente a demitir ministros. Segundo o colunista, ela só não demitiu o do Esporte, “ainda”, para não passar recibo de que as quatro demissões de ministros por corrupção, neste ano, decorreram do poder midiático.

Como se verá mais adiante, a locução do jornalista está alguns tons acima do tom jornalístico, tendo clara conotação de disputa política, uma espécie de queda de braço. Antes, porém, vale fazer algumas considerações.

A fúria midiática tem uma “razão” de ser que para qualquer pessoa de juízo normal parece absurda, ou seja, revolta com o governo do país por ele não ter obedecido a capricho de empresários de comunicação que querem que suas denúncias se transformem em medidas governamentais sem maiores apurações, só porque esses empresários querem.

Claro que a mídia tem medo de perda de credibilidade por ter se antecipado e decretado a demissão do ministro. É o que dá origem ao tom que o jornalista usou nesse comentário de arrogância espantosa. Os portais UOL, Estadão e G1 passaram dias comunicando a demissão do ministro em manchetes garrafais e, depois, nada aconteceu.

Ainda é difícil dizer se o jornalista não tem razão. O histórico deste governo o favorece, mesmo que a presidente diga que todas as demissões ocorridas até hoje foram a pedido dos demitidos. Enfim, leia, a seguir, o comentário do jornalista Fernando Rodrigues:

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A situação de Orlando Silva. O ministro do Esporte está “cai, não cai”. É possível que ele saia nos próximos dias, mas é impossível dizer quando isso vai acontecer, porque Dilma Rousseff simplesmente detesta ler na imprensa e assistir notícias na televisão ou ler na internet que ela já decidiu pela demissão de Orlando Silva. A presidente não quer consolidar a imagem que existe – e é verdadeira – de que ela foi sempre a reboque da mídia nas demissões de todos os seus ministros acusados de corrupção. Agora será da mesma forma, não importa se Dilma espere um pouco mais ou um pouco menos. Se demitir Orlando Silva, terá demitido o ministro do Esporte porque a IMPRENSA investigou o que acontecia por lá.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dilma e Nunca Dantes inauguram a maior ponte. Que horror !


Ao lado do ex-presidente Lula, presidenta Dilma inaugura a ponte Rio Negro, em Manaus. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Saiu no Blog do Planalto:

Presidenta inaugura Ponte Rio Negro e assina proposta para prorrogar Zona Franca de Manaus


A presidenta Dilma Rousseff inaugurou hoje (24) a Ponte Rio Negro, que liga Manaus ao município de Iranduba (AM). Com 3,5 quilômetros de extensão, é a maior ponte estaiada do Brasil em águas fluviais, somando 400 metros os trechos suspensos por cabos. Um multidão enfrentou o calor para participar da cerimônia de inauguração do empreendimento no dia em que a capital amazonense comemorou seus 342 anos.


“Essa ponte mostra que é possível fazer com que aqui se gere empregos e, ao mesmo tempo, se preserve o meio ambiente”, disse a presidenta Dilma sobre a obra que levou três anos e dez meses para ser concluída, e gerou 3,4 mil empregos diretos.


O empreendimento começou ainda no governo do ex-presidente Lula, que também participou da inauguração. “Hoje é dia de alegria. Valeu a pena”, afirmou ele.


Na cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff também assinou Proposta de Emenda Constitucional e Projeto de Lei para prorrogar por 50 anos a Zona Franca de Manaus e ampliá-la à Região Metropolitana. Os textos serão enviados ao Congresso Nacional.


“É o reconhecimento da situação do povo do Amazonas e também do que representam a floresta e a biodiversidade, essa imensa riqueza”, ressaltou a presidenta.


Ponte Rio Negro – Após a cerimônia de inauguração, a presidenta Dilma atravessou, de carro, os 3,5 quilômetros da ponte sobre o Rio Negro. O empreendimento custou R$ 1,099 bilhão, o que inclui obras complementares, como a construção de 7,4 quilômetros de acessos viários do lado de Manaus e de Iranduba, e a implantação dos sistemas de proteção dos pilares contra choque de embarcações, de sinalização náutica e de iluminação da ponte e de seus acessos.


Do total de recursos aplicados, R$ 586 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 513 milhões do Governo do Amazonas.


3,5 km para ligar o Amazonas (Foto: Divulgação)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Projeto que Aécio tentou derrubar aumenta em 726% a receita de MG no pré-sal



Por Lucas Figueiredo, em seu Blog:


Aécio na tribuna do Senado: se dependesse da vontade dele, Minas teria perdido, só em 2012, R$ 665 milhões
O post abaixo (Royalties do pré-sal: Aécio esquece o que prometeu na campanha, abandona Minas e defende o Rio) acendeu uma discussão na internet, sobretudo no Twitter. Defensores do senador Aécio Neves questionaram a informação do blog de que o tucano mineiro atuou contra Minas e a favor do Rio. Pois bem, na edição de hoje doEstado de Minas (jornal, como se sabe, aecista até a medula) está registrado: o projeto aprovado no Senado, com a oposição de Aécio (isso a reportagem não diz), fará com que, já em 2012, a fatia de Minas nos recursos do pré-sal seja aumen tada de R$ 91,5 milhões para R$ 757 milhões (acréscimo de 726%).
Ou seja, se a posição de Aécio na votação tivesse prevalecido, Minas teria perdido. E muito!
Abaixo, a reportagem do Estado de Minas.
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Fatia mineira nos royalties do petróleo vai crescer 726%
Daniel Camargos, do Estado de Minas
Minas Gerais será um dos maiores beneficiados com a aprovação do substitutivo do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) ao Projeto de Lei 448/11, que trata da divisão dos royalties e da participação especial entre União, estados e municípios. A soma do repasse ao governo mineiro e aos municípios do estado no ano passado foi de R$ 91,5 milhões. Com a mudança, passará para R$ 757 milhões em 2012. Um aumento de 726%. A modificação afeta diretamente os principais estados produtores, principalmente Rio de Janeiro, que terá queda de 1%. Os fluminenses, entretanto, permanecerão com a maior parte do bolo: R$ 9,5 bilhões, de um total de R$ 19,1 bilhões.
De acordo com o texto aprovado pelo Senado, a fatia dos royalties dos estados e municípios não produtores saltará de 8,75% para 40%, caso de Minas Gerais. Os municípios produtores sofrerão maior redução: de 26,25% passam para 17% em 2012 e chegam a 4% em 2020. Já os municípios afetados de alguma forma pela exploração de petróleo também terão cortes: de 8,75% para 2%. A União terá sua fatia dos royalties reduzida de 30% para 20% já no ano que vem. Os estados produtores vão amargar uma queda de 26,25% para 20%.
Dos recursos do petróleo, 46% são relativos aos royalties e 54% às participações especiais. O substitutivo também prevê a redistribuição da participação especial. A participação da União cai de 50% para 42% no próximo ano. Porém, com a expectativa de aumento das receitas, a União terá a alíquota ampliada ano a ano até chegar aos 46% previstos inicialmente pelo governo. Os estados produtores terão uma redução de 40% para 34% e os municípios produtores, de 10% para 5%. Já os estados e municípios não produtores terão um aumento de 0% para 19%.
O superintendente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Gustavo Persichini, entende que a concentração de recursos na mão da União pode “fragilizar o pacto federativo”. Porém, ele ressalta que caso o projeto se torne lei da forma como está trará um ganho inegável para os municípios. “O impacto é imediato, mas é preciso se preocupar com a gestão pública, pois esses recursos são finitos”, destaca Persichini. “Não podemos tratar esse dinheiro como tábua de salvação. É preciso gastar nos gargalos estruturais”, completa o superintendente da AMM.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, faz questão de ressaltar que as mudanças só ocorreram graças à mobilização dos prefeitos junto aos parlamentares. “A constituição prevê que o que existe na costa é de propriedade da União”, afirma Ziulkoski. “Esse bem finito chamado petróleo foi consolidado há milhões de anos e está afundado na costa, não é de um estado nem de outro”, reforça.
Destinação
Além da nova distribuição dos royalties e da participação especial, outros pontos do substitutivo foram mantidos por Vital do Rêgo. O projeto aprovado prevê que parte da verba dos estados e municípios tenha destinação específica, beneficiando os setores da educação, saúde, desenvolvimento e infraestrutura. Também impede que a União venda parcela do óleo a que tem direito no regime de partilha por um preço abaixo do praticado pelo mercado.
Por outro lado, alguns pontos foram retirados, como aquele que prevê a possibilidade de joint venture entre União e exploradoras de petróleo no caso de campos a serem licitados por meio de partilha. Outro retirado é o que modifica pontos de referência que definem as áreas de exploração do óleo no mar, alterando a geografia das bacias de petróleo. Na prática, o Rio de Janeiro, por exemplo, perderia uma ponta das bacias de Campos e de Santos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

De acordo com o Ipea, cada R$ 1 investido no Bolsa Família aumenta em R$ 1,44 o PIB brasileiro.


Bolsa Família completa oito anos com R$ 76 bilhões em investimentos

Desde outubro de 2003, quando foi criado, o programa tem conquistado importantes resultados


Somados às melhorias dos indicadores de saúde e de redução da pobreza e da fome, a permanência e o sucesso na escola evidenciam o impacto do Bolsa Família, que nesta quinta-feira (20) completa oito anos, com investimentos que totalizam R$ 76 bilhões nesse período.
A trajetória de várias famílias dá respaldo às estatísticas de que receber o Bolsa Família faz com que as crianças e se mantenham na sala de aula e tenham percurso escolar mais exitoso. Um exemplo disso é a família de Simone Guedes da Silva, de Planaltina de Goiás, que terá, no próximo ano, as duas filhas Alexandra, de 17 anos, e Aline, de 15, que vão concluir o ensino médio e o ensino fundamental, respectivamente. A família recebe R$ 140 do Bolsa Família. “Antes do programa, era difícil comprar alimentos e material escolar para as crianças”, conta Simone que parou de trabalhar por conta do reumatismo.
“Além de aliviar a pobreza, o Bolsa Família, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, contribui para romper o ciclo intergeracional de reprodução da pobreza, com o aumento do acesso a direitos sociais nas áreas de educação e saúde, por meio das contrapartidas”, comenta o secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tiago Falcão.
Bolsa-Família
Desde outubro de 2003, quando foi criado, o programa tem conquistado importantes resultados. Com o Bolsa Família, o índice de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos fora da escola diminui em 36% em relação às famílias não atendidas, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). A evasão de adolescentes do ensino médio reduziu à metade, comparada à dos jovens que não são beneficiários.
A desnutrição infantil caiu de 12,5% para 4,8% de 2003 a 2008, entre o público com até 5 anos. Pesquisa elaborada pelas professoras Leonor Pacheco Santos e Édina Miazagi, da Universidade de Brasília, mostra que a compra de alimentos pelas famílias beneficiárias aumentou em 79%. O programa, que atende 13,2 milhões de famílias (52 milhões de pessoas), com benefícios que variam de R$ 32 a R$ 306, alia transferência de renda à exigência de contrapartidas nas áreas de saúde e educação. Essa exigência embute a perspectiva de um futuro melhor para as famílias. A frequência escolar e a agenda de saúde significam, por exemplo, mais chances no mercado de trabalho.
Fora da extrema pobreza
Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que o programa de transferência de renda foi o responsável por retirar 3 milhões de pessoas da extrema pobreza em 2009 e um dos fatores determinantes para a queda da desigualdade de rendimentos nos últimos anos no País. Estudos mostram ainda que 72% dos beneficiários adultos trabalham e que mais de 2,2 milhões de famílias saíram do programa porque melhoraram sua renda.
O investimento no Bolsa Família representa cerca de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e traz retorno financeiro, com a movimentação da economia local. De acordo com o Ipea, cada R$ 1 investido no Bolsa Família aumenta em R$ 1,44 o PIB brasileiro. Com base nessa informação, conclui-se que R$ 76,5 bilhões transferidos nos oito anos do programa se transformam em R$ 110,2 bilhões de impacto no PIB, o que incrementou a economia interna graças ao consumo das famílias.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aécio “Propaganda” Neves critica políticos que se moldam


Como Minas, Aécio são muitos
De Aécio Neves hoje em seu artigo semanal na Folha de S.Paulo:
“Está clara a busca coletiva por uma nova ordem que permita a superação de modelos que sobreviveram até aqui, entre eles os de políticos que se moldam, por conveniência, ao gosto do eleitorado, ou, mais pretensiosos, que tentam moldar o eleitorado à sua feição.”
“O grande desafio da vida pública é este: não se deixar transformar num personagem condenado a seduzir a platéia. Não se deixar transformar numa caricatura de si mesmo.”
Espantoso!
No pós-ditadura, Aécio é, depois de Fernando Collor, o político mais pré-fabricado da cena nacional. Esculpido de modo eficiente pela jornalista Andrea Neves (a verdadeira herdeira da malícia política do avô Tancredo Neves), o personagem encarnado por Aécio procura ecoar Juscelino Kubitschek (bon vivant, amigo dos artistas e galanteador) e o próprio Tancredo (conciliador). Tudo isso embalado por um verniz de gestor eminentemente técnico, em contraposição aos políticos tradicionais.
Com uma substancial ajuda da mídia anti-PT e também da mídia pró-PT, que vê no fortalecimento de Aécio um modo de criar dificuldades para José Serra, Aécio tem conseguido, até aqui, sustentar seu personagem com grande sucesso. Contudo, aqui e acolá, à medida que Serra vai se firmando como carta fora do baralho em 2014, o personagem de Aécio começa a ser questionado, tanto na blogosfera quanto por vozes independentes da imprensa (vide a coluna “É isso, Aécio?”, do jornalista Ricardo Melo, publicada na própria Folha no último dia 13).
Pela coluna de hoje da Folha, Aécio, cujo nome do meio é propaganda, aposta que conseguirá sustentar seu personagem até 2014. O tempo dirá.

Fonte: Blog Lucas Figueiredo

Aécio e a questão dos recursos do Minério - por Zé Dirceu


Tucanos se furtam a esse debate crucial

Recursos e municípios
Os municípios mineiros podem perder arrecadação na distribuição dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), por conta de uma proposta do senador tucano Aécio Neves.

Está em discussão na Comissão de Serviços de Infraestrutura mudar a forma de arrecadação do imposto, para que a base de cálculo passe a incidir sobre o faturamento bruto da venda dos minérios, em vez de recair sobre o faturamento líquido, como é hoje. Isso foi sugerido pelo senador Flecha Ribeiro (PSDB-PA), no Projeto de Lei 1/2011.

Mas Aécio apresentou um substitutivo, alterando os percentuais de distribuição da Cfem entre União, Estados e municípios. No texto de Flecha Ribeiro, 12% iriam para a União, 23% para os Estados e 65% para os municípios produtores.

No substitutivo de Aécio, a União se mantém com 12%, os Estados passam a receber 30%, mas os municípios ficam com 50%, uma redução de 15 pontos percentuais (!). Os 8% restantes vão para um fundo a ser distribuído entre todos os municípios dos Estados produtores.

Trata-se de recursos que não podem ser usados para pagamento de dívidas ou custeio da máquina pública e ficam à disposição dos municípios e Estados para investimentos diretos. Assim, a nova distribuição da Cfem retirará dos municípios a capacidade de melhorar a saúde, educação, cultura, transportes etc. Os 8% do fundo também burocratizarão a chegada de verbas às prefeituras.

Ou seja, Aécio propôs o oposto do que defendeu em discursos favoráveis à descentralização tributária e a um novo pacto federativo. Além disso, esse debate deveria se inserir no bojo de uma reforma tributária mais ampla, cuja viabilidade depende da ação de governadores como o de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), afilhado político de Aécio. Uma reforma tributária que acabe com a guerra fiscal e simplifique a vida de empresas e cidadãos. Mas os tucanos têm se furtado a esse debate crucial.

Ou então, por que não se vê Aécio envolvido na discussão dos royalties do petróleo do pré-sal, assunto também em debate no Senado, mas que impactará muito mais o país? Isso, apesar de a divisão dos royalties dizer respeito ao Rio de Janeiro, onde o senador reside boa parte do tempo.

O texto que tramita no Senado aumentará a distorção na distribuição da Cfem, ao invés de ampliar o peso sobre as grandes mineradoras. Ademais, está inteiramente deslocado do debate sobre royalties do pré-sal e da reforma tributária, temas com os quais guarda intimidade, por se tratar de tributação de minério.

Não podemos esquecer que esse é um setor da economia que pode ficar exposto às turbulências internacionais, especialmente o desaquecimento da China.

É preciso envolver a sociedade e pressionar os senadores para proteger os municípios e o princípio da descentralização tributária. Mas que façamos esse debate concomitantemente com as grandes pautas da agenda nacional.

Fonte: Jornal O Tempo

domingo, 16 de outubro de 2011

Samba Mangueira 2012

Reportagem da Folha é "Incompleta, leviana e mentirosa" - diz Procurador da República



O Ministério Público Federal em São Paulo, por meio do procurador da República Fausto Kozo Matsumoto Kosaka, divulgou nota de esclarecimento onde diz que uma reportagem do jornal "Folha de São Paulo" é "Incompleta, leviana e mentirosa".

O motivo foi não ouvir o outro lado (o próprio Ministério Público) e não publicar direito de resposta fiel à verdade.

A reportagem teve o título “Trem da RFFSA era vendido como sucata”, e acusou o MPF de reter por dois anos a denúncia, sem dar ouvidos à instituição.

Se o repórter tivesse feito o dever de casa, teria sabido que as diligências necessárias para apresentar tal denúncia ainda estão em curso.


A nota de esclarecimento foi redigida no dia 10 e o jornal procurado, com o intuito de que a versão do MPF fosse publicada, mas a Folha publicou apenas parcialmente, e na versão Online.

Para esclarecer o público sobre a versão do MPF sobre os fatos, a instituição decidiu tornar pública a nota.

Leia aqui a íntegra da nota do procurador.

Fonte: Amigos do Presidente Lula

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Aécio e o “desfile” em carro aberto que só ele viu



Depois do registro da ombusdskinna da Folha de São Paulo, que reclamou por seus artigos autolaudatórios, Aécio Neves assina um outro tipo de texto nesta segunda-feira, 10 de outubro de 2011.
Até o estilo muda: frases e expressões como, a padroeira “parece singrar suavemente sobre o mar de cabeças devotas”, “eletricidade emocional”, “conversível branco com estofamento de couro vermelho” e outros tró-ló-lós indicam a pretensão, aeciana, de se credenciar à Academia Brasileira de Letras. Que não anda lá muito criteriosa assim. Mas esse é outro assunto.
O cenário da prosa de hoje teria ocorrido durante a procissão de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, 1984. Nela, Tancredo dividia com Nossa Senhora, as atenções da multidão, segundo o neto em transe. Que formava um cordão com mais de um milhão de pessoas, em torno do Aero Willys onde estavam, “agasalhados pelo afeto da multidão”, ele e o avô. Insinua ele que a multidão o reconhecia e o “agasalhava”. Risível pretensão. Detalhe: eram mais de dois milhões de pessoas a pé, sendo impossível o “desfile” em carro aberto, que só ele viu!
Ah, a multidão, segundo o texto, saudava Tancredo como o “presidente da redemocratização”, numa campanha que “arrebatava corações e mentes dos brasileiros”. Aécio funde, de forma leviana, a assassinada campanha pelas “Diretas Já”, com o início titubeante da “campanha” pelos votos no restrito colégio eleitoral. Registre-se: a intensa devoção no Círio de Nazaré sempre acolheu manifestações políticas: em 1985, as duas que pontificaram foram pela reforma agrária e contra a discriminação racial. A manifestação política pró-Trancredo ocorrera no Sindicato dos Estivadores, à margem do evento religioso.
Mas, vamos lá. A gororoba de seu escrito é para dizer que Tancredo abdicaria de toda aquela “popularidade”, em nome das reformas estruturais, algumas delas antipáticas que teria que fazer, mas que distinguiriam o estadista. Aquele que não se rende a interesses paroquiais. Como quem recebe um espírito, ele foi longe buscar uma frase antes inaudita, do avô.
A escorregadela advinda da referência depreciativa às paróquias, em meio a um artigo tão cheio de fé e religiosidade, é perdoada. Ato falho de quem usa e abusa da fé alheia para introduzir seu sermão político.
Ao final, ele insinua que Dilma não é estadista. Que ele aprendeu a lição do avô. Logo, ele seria estadista. Silogismo aristótélico de primeiro grau.
Primeiro, ele poderia dizer qual medida antipopular que Tancredo adotou em Minas Gerais, abdicando de sua popularidade, que aliás só ocorrera em face de sua agonia e morte trágica. Em dois anos  de seu governo (1983/84), nenhuma ousadia foi cometida. Tancredo não era dado a ousadias.
Em segundo, falando de interesses paroquiais, ele poderia descrever o porquê de ter nomeado como presidente da CODEMIG em Minas Gerais, o dono do jatinho que fica à sua disposição, ou as nomeações de Papaléo Paes (AP), Jungmann (PE), ou Wilson Santos (MT) como “aspones” em empresas públicas mineiras. Isso sem falar em dezenas de “fichas-sujas” impostos ao governo de seu sucessor, sendo que alguns deles condenados, outros com bem indisponíveis, alguns presos e muitos outros sob investigação.
Achando que sua historiografia farsesca passará impune, Aécio tenta se apresentar como “líder” político desde 1985. Chegou a bancar um documentário, que foi retirado do ar da TV Cultura de São Paulo, onde ele era apresentado como líder da juventude nas Diretas-já (SIC). Na verdade, à época, ele liderava boas festas em Belo Horizonte. Elegeu-se no  rastro da comoção pela morte do avô. Deputado-surfista, nunca propôs as reformas ousadas que ele agora diz serem necessárias. Como governador sucateou o estado de Minas Gerais, que se afunda numa dívida de 70 bilhões!
Seus artigos cifrados e criptografados dizem, para poucos que entendem, o seguinte: eu acabarei com direitos trabalhistas, férias anuais, passarei a aposentadoria para os 70 anos, liquidarei a estabilidade de servidores públicos concursados, venderei o BB, a Caixa e a Petrobrás etc. É isso que resta aos “estadistas” neoliberais!
Eis o recado subliminar que ele manda à agiotagem financeira, às grandes construtoras, aos usineiros, ao FMI e similares. De quem pretende ser pároco.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Protestos na Europa e nos EUA atestam falência do neoliberalismo, dizem petistas

protesto_wallstreetA crise econômica e os protestos populares contra as instituições financeiras e governos, tanto na Europa como nos Estados Unidos, mostram que o modelo neoliberal faliu. Essa é a avaliação do líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), membro do parlamento do Mercosul (Parlasul).
Segundo eles, governos populares e democráticos da América Latina, entre eles o Brasil, já mostraram que é possível fortalecer a economia de um país, distribuindo renda, gerando empregos e recuperando a influência do Estado nos rumos da nação.
"Essas manifestações, principalmente contra o sistema financeiro, são positivas. Durante um longo tempo, os operadores do mercado ganharam muito, e não é justo que na hora da crise a população pague a conta. Chegou a hora de a população desses países se beneficiar desses lucros. É hora de distribuir a renda. Se quiserem aprender como se faz, o Brasil pode ensinar", destacou Paulo Teixeira.
Para Dr. Rosinha, a crise em vários países da zona do euro e também nos EUA pode ser explicada pela escolha de um modelo econômico errado. "Vários governos de países da América Latina, como os do Brasil, Argentina e Uruguai, entre outros, priorizaram o desenvolvimento baseado na soberania econômica, redução da pobreza e fortalecimento dos mercados internos. Enquanto isso, os atuais países em crise aprofundavam um modelo econômico que reduzia o poder de regulação do Estado sobre a economia, com a adoção do princípio do Estado mínimo", destacou Dr. Rosinha.
Manifestações - Para o deputado paranaense, as manifestações populares na Europa e nos EUA já acontecem com atraso. Segundo ele, trabalhadores e movimentos sociais da América Latina já tinham, há muito tempo, a consciência de que as verdadeiras transformações em um país ocorrem por meio da mobilização popular.
Dr. Rosinha explicou ainda que os protestos que acontecem nos EUA, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, entre outros, apesar de positivos, não podem ser apenas manifestações esporádicas. A seu ver, eles devem resultar em transformação do atual modelo econômico e político adotado nesses países, sob o risco de não passarem de um simples descontentamento momentâneo.
Protestos - Na última quarta-feira (5), mais de 10 mil pessoas ocuparam as ruas de Wall Street, distrito financeiro de Nova York, para protestar contra o sistema financeiro norte-americano. Os manifestantes acusaram essas instituições de "destruírem empregos", e cobravam "punição ás práticas abusivas, irresponsáveis e depredadoras".
Protestos semelhantes, reunindo milhares de pessoas, também já aconteceram em vários países europeus. Nessas manifestações, governos e instituições financeiras também foram acusados de lucrar abusivamente nos últimos anos e de "jogar" o continente na pior crise econômico-financeira do pós-guerra.
Héber Carvalho

Fonte: PT da Câmara

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Assange recusa convite para congresso dos tucanos

O Conversa Afiada reproduz post do Blog do Nassif:

Assange recusa convite para congresso do PSDB


O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recusou convite do PSDB para participar do congresso da Juventude do partido, que acontece em dezembro, em Goiânia.


O PSDB já dava como certa a participação de Assange, mas em email enviado ao secretário-geral da Juventude Tucana, Wesley Goggi, um emissário de Assange diz que ele agradece o convite, mas não poderá comparecer ao evento.


Pede, ainda, que o nome do fundador da organização seja “retirado” de materiais “promocionais” do congresso.


http://presidente40.folha.blog.uol.com.br/arch2011-10-01_2011-10-15.html#2011_10-05_21_47_38-148652365-0


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gisele Bündchen na vida real

O comercial da lingerie da Hope com Gisele Bündchen continua na pauta. Na Folha de S.Paulo, Marta Suplicy escreveu umartigo em que fica em cima do muro, não diz que sim nem que não, muito ao contrário. Feministas esbravejam na internet contra a campanha publicitária. Machistas chamam a ministra Iriny Lopes de "feia" e a acusam de ser invejosa. E Hope, por sua vez, lucra alto com tanta visibilidade.

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (ou não?)



Mas e se a cena vivida por Gisele acontecesse na vida real? Rob Gordon conta como seria, numa crônica deliciosa.

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Lingerie

Rob Gordon, do blog Championship Chronicles

- Querido?

- Hum?

- Posso falar com você?

- Claro.

- Olha para mim?

- Pronto. Desculpe... Ei, nós vamos sair?

- Não, por quê?

- Então porque você está trocando de roupa?

- Não estou me trocando.

- Então porque você está só de calcinha e sutiã?

- Porque eu quero falar com você.

- Mas você precisava estar sem roupa?

- Sim.

- Você não está doente, está?

- Como assim?

- Você aparece aqui quase sem roupa e dizendo que precisa conversar. É sinal que eu vou ter que apalpar algo. Não é câncer de mama, né? Você sentiu algum caroço?

- Não é nada disso!

- Ok, mas você precisa concorda comigo. Eu apareço na cozinha vestindo cuecas e dizendo que preciso conversar com você. Aposto que você ia pensar na mesma hora que era sobre aquele meu joelho bichado.

- Não. Eu iria achar sexy.

- Oi?

- Sim, eu acharia sexy. Você não me acha sexy com esse lingerie?

- Acho. Essa calcinha fica bem em você. Era isso?

- Não. Eu quero contar uma coisa.

- Diga.

- Eu bati o carro hoje.

- Pelo amor de Deus! Quando? Você está bem?

- Mas não foi nada grave... Só arranhou a porta lá na entrada do prédio.

- Quando foi isso? Você se machucou?

- Não, não. Eu estou bem, só me assustei um pouco.

- Mas quando foi isso?

- Foi agora, quando cheguei, faz uma meia hora.

- Mas não está doendo nada? Tem certeza? Quer ir ao hospital?

- Não, estou bem. Pode ficar tranquilo.

- Mas por que você não me avisou? Você entrou em casa, me deu oi, saiu e voltou de novo!

- Então, é porque eu fui até essa loja comprar a lingerie.

- Oi?

- Sim, esta que estou usando.

- Essa calcinha é nova?

- Sim.

- Espere. Deixe eu entender. Você bateu o carro, entrou em casa, e não falou nada. Saiu, foi comprar uma calcinha, voltou, vestiu e decidiu falar sobre o carro?

- Isso.

- Maristela, você está bem?

- Claro. Eu já disse, não machucou.

- Não, não é isso. Você não poderia ter entrado em casa e falado “arranhei a pintura do carro, mas estou indo ali comprar uma calcinha e já volto”?

- É que eu queria estar sexy para você.

- Por causa do carro?

- Sim.

- Mas não tem porque ficar bonita para isso!

- Eu queria.

- Você não bateu a cabeça quando bateu o carro? É normal ficar um pouco desorientada...

- Claro que não! Estou ótima!

- Mas por que você quis ficar sexy para me contar que a porta do carro está amassada?

- Ai, Alfredo... Vem cá para perto...

- Para de esfregar as mãos nos seios! O que você está fazendo?

- Você não gosta?

- Claro que gosto, mas você acabou de bater o carro! Não faz sentido. Bater o carro te excita?

- Claro que não!

- Porque você está estranha.

- Ai Alfredo... Estou apenas seduzindo você.

- Mas e o carro? Você não está nem aí?

- Não, e você?

- Não, eu fiquei aliviado por que você não se machucou. Mas fiquei aliviado, e não morrendo de tesão.

- Ai, Alfredo... Você é tão devagar...

- Tem certeza que isso não te excita? Eu vi um filme uma vez...

- Chega, Alfredo.

- É sério. As pessoas se excitavam com porrada de carros...

- Desisto.

- Você não é assim, é? Teve aquela vez que eu dei ré e enfiei o carro num poste e você não ficou assim. Se ralar a pintura deixou você acesa desse jeito, aquela vez deveria ter deixado você em ponto de bala. Foi uma baita pancada.

- Como você é grosso, Alfredo!

- Não, eu só não entendo a lógica da coisa. Você bate o carro e vem aqui de lingerie me contar. A gente vai comemorar?

- Ai, Alfredo, esquece!

- Não, eu quero saber. É como se fosse um aniversário de casamento? Esta é a nossa primeira porta amassada do casamento, então você coloca uma calcinha nova, vamos abrir uma champagne... É isso?

- Esquece!

- Não, senhora! Quero saber de onde você tirou essa ideia!

- Não. Vou para o quarto colocar uma calça.

- Primeiro, responde. De onde você tirou essa ideia?

- Eu vi na TV, ok?

- Quê?

- Vi uma propaganda que diz que a lingerie sexy ajudar a contar notícias ruins para o marido.

- Oi?

- É. É isso. Pronto, falei! E você cortou o clima!

- Sério, Maristela... Eu não fiquei bravo porque você bateu o carro, eu fiquei preocupado com você. O carro que se foda. Pára de alisar a barriga e fazer biquinho!

- Esquece, Alfredo. Você é insensível demais!

- Não tem lógica! Quer dizer que se eu perder o emprego, tudo o que preciso fazer é entrar em casa, tirar a roupa e ficar usando uma cueca nova para te contar a novidade?

- Eu vou para o quarto!

- Isso. Eu vou descer para ver o carro e você vai colocar uma roupa.

- Pode apostar que eu vou! Você nunca mais vai me ver de lingerie!

- Para de gritar, Maristela. O que é isso? Essa nota aqui?

- Que nota?

- Maristela, você pagou oitenta paus nessa calcinha!

- Não é calcinha, é lingerie!

- Oitenta reais? Nisso aí?

- Sim! Porque eu queria que você não se magoasse com o carro!

- Eu não me magoei! Mas oitenta reais!? Com oitenta reais eu compro cuecas para uns dez anos! E ainda pego umas meias!

- Alfredo, você é um insensível mesmo.

- Não importa! Oitenta reais?

- Eu queria que você não ficasse bravo com o carro!

- Não estou bravo com o carro, mas sim com você pagar oitenta reais numa calcinha!

- Não é calcinha! É lingerie!

- Você que vai pagar a funilaria desse carro, Maristela!

Gisele Bündchen na vida real

O comercial da lingerie da Hope com Gisele Bündchen continua na pauta. Na Folha de S.Paulo, Marta Suplicy escreveu umartigo em que fica em cima do muro, não diz que sim nem que não, muito ao contrário. Feministas esbravejam na internet contra a campanha publicitária. Machistas chamam a ministra Iriny Lopes de "feia" e a acusam de ser invejosa. E Hope, por sua vez, lucra alto com tanta visibilidade.

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (ou não?)

Mas e se a cena vivida por Gisele acontecesse na vida real? Rob Gordon conta como seria, numa crônica deliciosa.

xxx

Lingerie

Rob Gordon, do blog Championship Chronicles

- Querido?

- Hum?

- Posso falar com você?

- Claro.

- Olha para mim?

- Pronto. Desculpe... Ei, nós vamos sair?

- Não, por quê?

- Então porque você está trocando de roupa?

- Não estou me trocando.

- Então porque você está só de calcinha e sutiã?

- Porque eu quero falar com você.

- Mas você precisava estar sem roupa?

- Sim.

- Você não está doente, está?

- Como assim?

- Você aparece aqui quase sem roupa e dizendo que precisa conversar. É sinal que eu vou ter que apalpar algo. Não é câncer de mama, né? Você sentiu algum caroço?

- Não é nada disso!

- Ok, mas você precisa concorda comigo. Eu apareço na cozinha vestindo cuecas e dizendo que preciso conversar com você. Aposto que você ia pensar na mesma hora que era sobre aquele meu joelho bichado.

- Não. Eu iria achar sexy.

- Oi?

- Sim, eu acharia sexy. Você não me acha sexy com esse lingerie?

- Acho. Essa calcinha fica bem em você. Era isso?

- Não. Eu quero contar uma coisa.

- Diga.

- Eu bati o carro hoje.

- Pelo amor de Deus! Quando? Você está bem?

- Mas não foi nada grave... Só arranhou a porta lá na entrada do prédio.

- Quando foi isso? Você se machucou?

- Não, não. Eu estou bem, só me assustei um pouco.

- Mas quando foi isso?

- Foi agora, quando cheguei, faz uma meia hora.

- Mas não está doendo nada? Tem certeza? Quer ir ao hospital?

- Não, estou bem. Pode ficar tranquilo.

- Mas por que você não me avisou? Você entrou em casa, me deu oi, saiu e voltou de novo!

- Então, é porque eu fui até essa loja comprar a lingerie.

- Oi?

- Sim, esta que estou usando.

- Essa calcinha é nova?

- Sim.

- Espere. Deixe eu entender. Você bateu o carro, entrou em casa, e não falou nada. Saiu, foi comprar uma calcinha, voltou, vestiu e decidiu falar sobre o carro?

- Isso.

- Maristela, você está bem?

- Claro. Eu já disse, não machucou.

- Não, não é isso. Você não poderia ter entrado em casa e falado “arranhei a pintura do carro, mas estou indo ali comprar uma calcinha e já volto”?

- É que eu queria estar sexy para você.

- Por causa do carro?

- Sim.

- Mas não tem porque ficar bonita para isso!

- Eu queria.

- Você não bateu a cabeça quando bateu o carro? É normal ficar um pouco desorientada...

- Claro que não! Estou ótima!

- Mas por que você quis ficar sexy para me contar que a porta do carro está amassada?

- Ai, Alfredo... Vem cá para perto...

- Para de esfregar as mãos nos seios! O que você está fazendo?

- Você não gosta?

- Claro que gosto, mas você acabou de bater o carro! Não faz sentido. Bater o carro te excita?

- Claro que não!

- Porque você está estranha.

- Ai Alfredo... Estou apenas seduzindo você.

- Mas e o carro? Você não está nem aí?

- Não, e você?

- Não, eu fiquei aliviado por que você não se machucou. Mas fiquei aliviado, e não morrendo de tesão.

- Ai, Alfredo... Você é tão devagar...

- Tem certeza que isso não te excita? Eu vi um filme uma vez...

- Chega, Alfredo.

- É sério. As pessoas se excitavam com porrada de carros...

- Desisto.

- Você não é assim, é? Teve aquela vez que eu dei ré e enfiei o carro num poste e você não ficou assim. Se ralar a pintura deixou você acesa desse jeito, aquela vez deveria ter deixado você em ponto de bala. Foi uma baita pancada.

- Como você é grosso, Alfredo!

- Não, eu só não entendo a lógica da coisa. Você bate o carro e vem aqui de lingerie me contar. A gente vai comemorar?

- Ai, Alfredo, esquece!

- Não, eu quero saber. É como se fosse um aniversário de casamento? Esta é a nossa primeira porta amassada do casamento, então você coloca uma calcinha nova, vamos abrir uma champagne... É isso?

- Esquece!

- Não, senhora! Quero saber de onde você tirou essa ideia!

- Não. Vou para o quarto colocar uma calça.

- Primeiro, responde. De onde você tirou essa ideia?

- Eu vi na TV, ok?

- Quê?

- Vi uma propaganda que diz que a lingerie sexy ajudar a contar notícias ruins para o marido.

- Oi?

- É. É isso. Pronto, falei! E você cortou o clima!

- Sério, Maristela... Eu não fiquei bravo porque você bateu o carro, eu fiquei preocupado com você. O carro que se foda. Pára de alisar a barriga e fazer biquinho!

- Esquece, Alfredo. Você é insensível demais!

- Não tem lógica! Quer dizer que se eu perder o emprego, tudo o que preciso fazer é entrar em casa, tirar a roupa e ficar usando uma cueca nova para te contar a novidade?

- Eu vou para o quarto!

- Isso. Eu vou descer para ver o carro e você vai colocar uma roupa.

- Pode apostar que eu vou! Você nunca mais vai me ver de lingerie!

- Para de gritar, Maristela. O que é isso? Essa nota aqui?

- Que nota?

- Maristela, você pagou oitenta paus nessa calcinha!

- Não é calcinha, é lingerie!

- Oitenta reais? Nisso aí?

- Sim! Porque eu queria que você não se magoasse com o carro!

- Eu não me magoei! Mas oitenta reais!? Com oitenta reais eu compro cuecas para uns dez anos! E ainda pego umas meias!

- Alfredo, você é um insensível mesmo.

- Não importa! Oitenta reais?

- Eu queria que você não ficasse bravo com o carro!

- Não estou bravo com o carro, mas sim com você pagar oitenta reais numa calcinha!

- Não é calcinha! É lingerie!

- Você que vai pagar a funilaria desse carro, Maristela!