Objetivo é minar plano presidencial de tucano
RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO
A oposição ao governo de Minas Gerais, liderada por PT e PMDB, tem poupado o governador Antonio Anastasia (PSDB) e centrado todas as críticas e ataques no padrinho político dele, o senador Aécio Neves (PSDB).
As críticas miram Aécio mesmo quando são sobre a administração estadual. Ele deixou o governo mineiro em março do ano passado, para concorrer ao Senado.
As ações da oposição indicam uma estratégia de desde cedo minar o projeto presidencial de Aécio para 2014.
"O objetivo é ganhar o governo de Minas e reeleger Dilma Rousseff, ganhando no Estado", afirma o presidente do PT-MG, deputado federal Reginaldo Lopes.
Petistas e peemedebistas têm uma muralha pela frente, já que Aécio tem alta popularidade no Estado e a oposição é frágil -ela amarga três derrotas seguidas em primeiro turno e só tem 23 de 77 deputados estaduais.
Uma solução foi montar um bloco de oposição na Assembleia mineira, que tem sido o centro dos ataques.
O grupo causa barulho ao trazer à tona e repercutir intensamente fatos negativos do governo. A regra é sempre incluir Aécio nas críticas.
MASSACRE
O líder da oposição na Assembleia, Rogério Correia (PT), justifica o foco dizendo que há uma "subserviência completa" de Anastasia.
"O governo Anastasia se formou aqui para ser uma escada para o projeto Aécio."
Como exemplo disso, os oposicionistas citam a criação de secretarias, o aumento de cargos comissionados e o perfil mais político do secretariado, permitindo a acomodação de aliados.
O deputado Antonio Júlio (PMDB) diz que a oposição tem como missão "combater a ditadura que Aécio impôs em Minas". O peemedebista afirma que faz as críticas endereçadas a Anastasia para "respingar" em Aécio.
Reginaldo Lopes explica que, além do bloco na Assembleia, a oposição trabalha em outro front na bancada federal. O plano é capitalizar os investimentos federais no Estado para Dilma.
Para ele, a estratégia dupla de combater o grupo do senador e fortalecer o governo federal no ninho do tucano "dá um caldo para as campanhas de 2012 e 2014".
O episódio em que Aécio teve a carteira de motorista apreendida em uma blitz no Rio por estar com o documento vencido e se recusar a passar pelo bafômetro tem sido explorado pela oposição, constrangendo o senador.
As ações já tiveram reação da tropa de Aécio, que acusou a oposição de "massacre" e "armação para desmoralizar" o tucano.
Fonte: Folha
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