Foto: Bruno Stuckert/Folhapress
BICHEIRO ARTICULOU COM DELEGADO DA PF FERNANDO HEREDA BYRON FILHO DENÚNCIAS PARA INVIABILIZAR A OBRA DO PARQUE MUTIRAMA; ALÉM DO CONGRESSO NACIONAL, OS TENTÁCULOS DO GRUPO CHEGAM À CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA, ONDE A “BANCADA DO CACHOEIRA” FAZ LOBBY EM FAVOR DELE
247 - Gravações da Operação Monte Carlo mostram que, além do Congresso Nacional, os tentáculos da organização criminosa do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, chegam também à Câmara Municipal de Goiânia, onde a ‘Bancada do Cachoeira’ atua em favor dos interesses do bicheiro.
Escutas feitas entre os dias 08 e 15 de agosto mostram diálogo de Cachoeira com o delegado da Polícia Federal de Goiás Fernando Antônio Hereda Byron Filho em que o bicheiro solicita os ‘serviços’ do agente nas investigações das obras do Parque Mutirama. Denúncias feitas pelo vereador Elias Vaz (PSOL) motivaram investigações do Ministério Público Federal sobre a reforma do parque, um complexo localizado no centro de Goiânia que conta com uma das maiores áreas verdes da cidade e brinquedos ao estilo do Play Center, de São Paulo. A coincidência é que as denúncias (leia mais em http://migre.me/8qUFo) de Elias foram feitas na mesma data (08/08/2011) em que começaram os contatos entre o bicheiro e o policial federal.
Matéria veiculada pelo jornal O Popular na edição do último dia 24 mostra que Elias Vaz mantinha contatos rotineiros com Cachoeira, sendo o ‘porta-voz’ da Bancada do Cachoeira, que também teria como membros os vereadores Maurício Beraldo (PSDB), Gilvane Antônio (PSDB) e Santana Gomes (PSD).
Na primeira gravação, de agosto de 2011, Carlinhos Cachoeira solicita que Byron veja o "negócio" (inquérito policial - IPL) do Mutirama, que está na PF. Pede ainda que puxe os autos para sua presidência, o que Byron se compromete a fazer. Os dois marcam um encontro para que Byron entregue denúncia de interesse de Cachoeira. Confira abaixo o diálogo:
Carlinhos: Doutor, tudo bem?
Byron: Tudo beleza querido, graças a Deus, Sexta-feira deu tudo tranqüilo lá, tudo 100%, aí vamo relatar esse inquérito rapidinho.
Carlinhos: Ah tá, não precisava de ver outra coisa, tem um negócio do Mutirama aí com vocês, não têm?
Byron: A licitação tá?
Carlinhos: É.
Byron: Oficialmente?
Carlinhos: É o Mutirama, eu tava lendo no jornal, o MPF mandou pra vocês, né?
Byron: Eu vou ver lá agora de tarde, aí repasso isso aí.
Carlinhos: Podia pegar pra você, isso aí.
Byron: Eu vou pedir lá, deixa comigo, de tarde vou falar com o Thiago, já puxo isso pra mim, viu?
Noutro diálogo, do dia 10 de agosto de 2011, Carlinhos dá previsão de pegar o inquérito policial (IPL) do Mutirama e solicita ajuda com a investigação. Byron solicita adiantamento de parcela de propina:
Carlinhos: Me ligou?
Byron: E aí, guerreiro velho? Tão reunindo... reuniram hoje pra passar o inquérito pra mim amanhã, viu? Falei com a menina, né, eu sabia que ela queria que eu pegasse mesmo. Aí falei com o RABELO, ele ia conversar com o DE LUCA. Aí, mas já tá certo mesmo, né? QUE EU VOU ENFIAR O PÉ NA JACA NA PREFEITURA MESMO. ELES SABEM COMO É QUE EU VOU PEGAR A PREFEITURA. Viu, aí vai, tá comigo mesmo, amanhã. Aí eu te passo, porque eu não vi o inquérito ainda. Vou te dizer qual é as diretrizes que eu vou tomar e aí a gente, aí... TU ME AJUDA NA INVESTIGAÇÃO. Falou?
Carlinhos: Então é certeza que você vai pegar, né?
Byron: Com certeza. Amanhã com certeza já tô pegando ele. Porque tinha que passar por ela, eu conversei com ela, aí fui conversar com o RABELO. Só que o DE LUCA é o chefe, né, da Fazendária. Tá na fazendária(ininteligível), viu? Amanhã tô pegando isso ai, ok?
Carlinhos: Tá, obrigado doutor. Felicidade aí.
Byron: Deixa eu falar um negócio...
Carlinhos: Pode falar.
Byron: A senhora que me vendeu o apartamento, ela vai ganhar nenê na segunda-feira, certo? Ela entrou em contato com a minha esposa, perguntando se podia antecipar esse pagamento que seria no dia quinze, né? Seria na segunda-feira, que ela tá com o marido e confiando. Por isso que ela botou o apartamento pra frente, certo, com a gente. E cê poderia fazer esse negócio amanhã. Eu tentei jogar pro sábado, certo, só que a Nara, minha esposa, ela tem uma cirurgia oito horas da manhã de sexta-feira. Vai fazer inxerto e um dos implantes na parte que fez a cirurgia. Aí a partir de sexta não vai poder falar dia nenhum, véio. E o contato é feito entre elas duas. Aí se pudesse, se der, mas essa sua caridade, se puder, né, se puder ajudar de pagar esse negócio amanhã, aí minha esposa daria pra ela, ficaria livre desse restante do mês com ela. Pode ser? Cê vê isso pra mim?
Carlinhos: Ah, pode, amanhã cê me pede. Que horas cê quer?
Byron: Qual o melhor horário pra ti?
Carlinhos: Não sei, mas amanhã de manhã eu já te falo. Talvez meio-dia e meia ou seis e meia, tá?
Byron: Deus te abençoe forte aí, guerreiro velho. Deus te pague sua caridade. Um abraço, guerreiro.
Carlinhos: Outro. Tchau.
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VERGONHA
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