“Está clara a busca coletiva por uma nova ordem que permita a superação de modelos que sobreviveram até aqui, entre eles os de políticos que se moldam, por conveniência, ao gosto do eleitorado, ou, mais pretensiosos, que tentam moldar o eleitorado à sua feição.”
“O grande desafio da vida pública é este: não se deixar transformar num personagem condenado a seduzir a platéia. Não se deixar transformar numa caricatura de si mesmo.”
Espantoso!
No pós-ditadura, Aécio é, depois de Fernando Collor, o político mais pré-fabricado da cena nacional. Esculpido de modo eficiente pela jornalista Andrea Neves (a verdadeira herdeira da malícia política do avô Tancredo Neves), o personagem encarnado por Aécio procura ecoar Juscelino Kubitschek (bon vivant, amigo dos artistas e galanteador) e o próprio Tancredo (conciliador). Tudo isso embalado por um verniz de gestor eminentemente técnico, em contraposição aos políticos tradicionais.
Com uma substancial ajuda da mídia anti-PT e também da mídia pró-PT, que vê no fortalecimento de Aécio um modo de criar dificuldades para José Serra, Aécio tem conseguido, até aqui, sustentar seu personagem com grande sucesso. Contudo, aqui e acolá, à medida que Serra vai se firmando como carta fora do baralho em 2014, o personagem de Aécio começa a ser questionado, tanto na blogosfera quanto por vozes independentes da imprensa (vide a coluna “É isso, Aécio?”, do jornalista Ricardo Melo, publicada na própria Folha no último dia 13).
Pela coluna de hoje da Folha, Aécio, cujo nome do meio é propaganda, aposta que conseguirá sustentar seu personagem até 2014. O tempo dirá.
Fonte: Blog Lucas Figueiredo
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