quarta-feira, 14 de setembro de 2011

De braço dado com Ricardo Teixeira, Aécio se diz preocupado com corrupção nas obras da Copa

Aécio e Ricardo Teixeira, em novembro de 2008. Reparem a mão de um segurando o braço do outro

Três meses atrás, o blog noticiou que um relatório do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) apontava indícios de graves irregularidades nos contratos e na execução das obras do estádio do Mineirão. Os contratos foram fechados e iniciados na segunda gestão de Aécio Neves no Governo de Minas (2007-2010). O relatório do TCE-MG apontava ausência de licitação, pagamento por serviços não prestados e superfaturamento, entre outras irregularidades. No blog, quatro posts trataram do assunto:

1) A explosiva proximidade de Aécio com Ricardo Teixeira;

2) EXCLUSIVO: trechos do relatório do TCE sobre as obras do Mineirão que pode complicar a vida de Aécio;

3) Ricardo Teixeira, Aécio Neves e as obra$ do Mineirão;

4) Vídeo mostra Aécio autorizando as obra$ do Mineirão apontadas como superfaturadas em relatório do TCE.

No primeiro post, eu dizia o seguinte:

“Quando governava o Estado, Aécio se aproximou bastante de Ricardo Teixeira, presidente do comitê organizador da Copa 2014, e se envolveu de forma pesada nas articulações para fazer de Minas uma das principais sedes do evento. O negócio é bruto. Só as obras do Mineirão deverão consumir algo em torno de R$ 1 bilhão.

Tanto dinheiro público, sabe-se agora pelo o relatório do TCE, é gasto de forma no mínimo nebulosa. Um exemplo: o escritório de arquitetura de um amigo de Aécio, Gustavo Penna, foi contratado sem licitação por R$ 17,8 milhões.

Pois bem, na segunda-feira passada, em seu artigo semanal na Folha de S.Paulo, Aécio escolheu como tema as obras públicas para a Copa de 2014. Colocando-se como juiz da partida jogada pelo governo federal na Copa, o senador criticou o polêmico regime especial de contratação das obras, o RDC. Escreveu o tucano:

“A falta de transparência nessas contratações e a urgência nos prazos poderão resultar em desperdício de dinheiro e em chances de corrupção. Infelizmente, outros dois velhos conhecidos do país.”

Quanto ao jogo jogado em Minas com o dinheiro público, do qual Aécio foi e ainda é cartola, nada. Nenhuma palavra também sobre relatório do TCE-MG. Apenas silêncio.

A severidade seletiva do tucano não foi perdoada pelo Movimento Minas sem Censura, que reúne opositores de Aécio no Estado ligados ao PT, PMDB e PCdoB. Em nota divulgada à imprensa, o MSC afirmou:

“Quem é Aécio Neves para elucubrar sobre gestão, planejamento e transparência? Há, inclusive, a proposta de uma CPI na Assembleia Legislativa de Minas para apurar tais irregularidades . Evidentemente, sua base parlamentar impede a instalação da mesma.”

Isto é Aécio: um discurso.


Fonte: Blog Lucas Figueiredo

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