Na véspera do Natal, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também batizado de “picolé de chuchu” pelo irreverente José Simão, confessou que o seu primeiro ano de gestão foi um desastre para os paulistas. Segundo relato da Folha, sempre enturmada no ninho tucano, ele reuniu a sua equipe para fazer um balanço de 2011 e deu uma “bronca nos seus secretários”.
“O governador fez cobranças a todo o primeiro escalão de seu governo, em reunião na qual pediu aos secretários um balanço do primeiro ano de gestão. O encontro aconteceu no Palácio dos Bandeirantes e durou cerca de três horas. O recado ao secretariado foi duro”, descreve a jornalista Daniela Lima. Para Alckmin, o principal problema do governo tucano é de “comunicação”.
A vitrine da desgraceira
“Com base em pesquisa qualitativa, o núcleo de Comunicação do governo apresentou avaliação de que o governador carrega nas costas os principais programas - "para o bem e para o mal" de sua popularidade -, e que os secretários, apesar de executarem os projetos, não conseguem colocá-los na vitrine”. Mas colocar o quê na vitrine, se o estado de São Paulo está paralisado?
No primeiro ano de gestão do “picolé de chuchu”, os investimentos no estado sofreram brutal retração. Dos R$ 20 bilhões fixados no Orçamento de 2011, eles foram cortados para R$ 16 bilhões e nem este montante foi usado. O ano terminou com o governo tucano desembolsando apenas R$ 12 bilhões – 37% a menos do que seu antecessor, José Serra. Um baita pé no freio!
Cortes e indícios de corrupção
“É natural que o primeiro ano seja um ano de ajustes e por isso os investimentos não alcançaram o esperado”, explica o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi. O corte de 40% nos investimentos previstos no Orçamento se deve a vários fatores, inclusive a irregularidades na gestão. Os indícios de fraude na licitação da Linha 5 do Metrô, embargada pela Justiça, seguraram as obras.
A freada no estado talvez explique a “bronca” de Alckmin em seus secretários. Para 2012, ano de eleições municipais, os tucanos precisarão melhorar sua “imagem”. O secretário da Fazenda promete que os investimentos do governo voltarão a crescer e que atingirão R$ 80 bilhões no fim dos quatro anos de mandato. Parece pura demagogia. Ele não explica de onde sairá este dinheiro.
Mídia demotucana apóia o pé no freio
A Folha especula que os recursos deverão sair do “congelamento dos salários dos servidores” e de novos cortes nos gastos com o custeio. O governo paulista também deverá pedir novamente socorro ao governo federal. Alckmin não pára de elogiar a “parceria excepcional” com a presidenta Dilma, em programas como o PAC, o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
A mídia demotucana, quase toda ela sediada em São Paulo, não faz alarde com a tragédia tucana. Em editorial, o Estadão inclusive elogia a “gestão eficiente” e a “coragem política” de Geraldo Alckmin. O estado parado e o jornalão ainda sugere que o receituário aplicado deveria “servir de exemplo aos governos petistas, se, é claro, eles se desvinculassem de suas bases corporativistas”.
Os fanáticos neoliberais
Na prática, os tucanos são fanáticos seguidores dos dogmas neoliberais. Eles aplicam o receituário às cegas e dane-se a população paulista. Como fustiga o deputado petista João Antonio, “no meio da crise, os tucanos encolhem as asas, cortam investimentos e freiam o ritmo da economia. Deviam ajudar o país a crescer, em vez de esconder o bico na hora do aperto”.
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