quinta-feira, 21 de julho de 2011

Imprensa pode atacar Lula, ele não pode criticá-la

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Lula
Continuo lendo na nossa imprensa artigos e notícias - a maioria destas editorializada - sobre o ex-presidente Lula e sua atividade política. Noticiam, analisam e comentam com um tom como se ela fosse ilegítima ou inconveniente, para dizer o mínimo.

Convenhamos: é uma postura da mídia que não tem nenhum sentido num país onde os ex-presidentes todos atuam, dia e noite, na política, seja partidária, seja parlamentar, e por fim na sociedade. Temos exemplos clássicos, óbvios. Três dos nossos ex foram eleitos para o Senado, os presidentes Itamar Franco (PPS-MG) - que nos deixou há pouco mais de uma semana - Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).

Os ex-presidentes senadores Collor e Sarney estão aí atuando em seus partidos e no Senado. Outro ex-chefe de governo, Fernando Henrique Cardoso, não só faz política no sentido amplo, como também faz política partidária. Aliás, até como intelectual e sociólogo ele nunca deixou de fazer política.

Os outros ex-presidentes podem fazer política, Lula não


Já o ex-presidente Lula, a cada aparição ou manifestação política que faz, toma pela frente um editorial contra, ou sua ação é noticiada de forma editorializada e negativa. Ainda nesta 2ª feira o ex-presidente Lula "ganhou" da Folha o principal editorial do jornal no dia, atacando-o por ter ido a Goiânia ao 52º Congresso da UNE, onde criticou a mídia e se manifestou sobre questões do nosso partido, o PT.

Assim, só há uma explicação para a implicância de uma parte da mídia e de seus articulistas - um direito deles, reconheço - com o ex-presidente Lula: preconceito, ou o desejo de criar cizânia entre ele e sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff.

Ou será que é medo, ou pior ainda, uma tentativa canhestra de censurar a atuação política do ex-presidente? Coisas da nossa política, ou melhor, da nossa mídia. Enfim, parece que o que querem é deixar combinado assim: a imprensa pode atacar o ex-presidente da República, o quanto, quando e da forma como quiser; ele não pode criticá-la.

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