Ainda não se sabe direito o que aconteceu (redijo esse post às 10h45 do sábado, 23, hora de Berlim, 05h45 em Brasília), mas já se sabe que foi à direita.
Primeiro, pelas 15h30 da tarde de sexta-feira, 22, uma bomba poderosíssima explodiu no centro de Oslo, matando 7 pessoas e ferindo gravemente dezenas.
Uma hora e meia/duas horas depois, um homem disfarçado de policial adentrou numa ilha (Utoya) perto da capital norueguesa. A ilha estava repleta de jovens: era um acampamento da juventude do Partido Trabalhista da Noruega, no governo. Neste sábado pela manhã o primeiro ministro noruguês deveria se dirigir a eles.
O suposto policial alegou estar averiguando a segurança da ilha, depois do atentado no centro da cidade. Chamou os jovens para perto de si. Quando vários atenderam o seu chamado, ele tirou pelo menos três armas da mochila e começou a atirar. Alguns dos jovens conseguiram chamar a polícia pelos celulares. Muitos correram para dentro d'água e começaram a nadar. Depois de fazer uma carnificina em terra, o "policial" foi para as margens e começou a atirar naqueles que estavam dentro d'água. Há uma foto na internet dele atirando, nesse momento, já cercado por cadáveres em terra. É horripilante.
Nesta manhã de sábado já foram encontrados 84 cadáveres na ilha, elevando o total de mortos para 91.
O suposto policial foi preso na ilha, e sua identidade (a polícia o trata como suspeito) revelada como sendo Anders Behring Breivik, de 32 anos. É caracterizado como "cristão-conservador", manifestou opiniões de extrema-direita, aqui na Europa ditas "nacionalistas", contra o "ïnternacionalismo multi-cultural". Até o momento não há indícios sobre outros participantes no atentado, embora seja difícil (mas não impossível) que ele tenha atuado sozinho. Nos últimos tempos trabalhava como chacareiro e dessa forma tinha acesso à compra de uma série de produtos químicos para fabricação de fertilizantes, que também poderiam ser usados para fabricar explosivos.
Não dá para dissociar os ataques do clima pesado que a direita vem semeando na Europa inteira, contra imigrantes, multi-culturalismo, Islã, islamismo, árabes, africanos e até latino-americanos, de rebarba. Essa pregação parte de e pode gerar desde políticos espertos e oportunistas, como Geert Wilders, da Holanda, pregadores burocráticos como Thylo Sarrazin, na Alemanha, partidos anti-europeus como o dos Verdadeiros Finlandeses (no governo), na Finlândia, líderes repressivos como Victor Orban (primeiro ministro e no ano que passou presidente da União Européia), da Hungria, e... fanáticos amalucados como Anders Behring. É de arrepiar.
O clima está pesado e temeroso na Europa inteira.
Ao mesmo tempo, devo assinalar esse fato singular. Ainda na sexta-feira, quando tudo era nebuloso no atentado (falava-se em apenas 4 mortos na ilha de Utoya), prestigioso periódico brasileiro publicou uma lista de possíveis grupos suspeitos pelo atentado: todos os nomes eram islâmicos.
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