Na primeira página da Folha (*), o colonista (**) Clóvis Rossi assegura que o Brasil ficou do lado errado da História, na Líbia.
No Valor, na pág. A2, ao tratar da Síria, o colonista (**) Sergio Leo responsabiliza a “diplomacia brasileira (por) parte do fracasso da comunidade internacional em lidar com o esfacelamento sangrento de regimes autoritários”.
Rossi queria que o Brasil aprovasse o bombardeio aéreo à Líbia imposto pelos Estados Unidos, com a mão de gato da OTAN.
Leo quer que o Brasil adira ao embargo econômico à Síria, embora o comércio entre o Brasil e a Síria, como ele próprio diz, seja irrelevante.
O PiG (***) e seus notáveis colonistas não aceitam a independência do Brasil.
O Brasil deveria ser colônia de Portugal, da Inglaterra e agora dos Estados Unidos.
Eles gostavam daquela diplomacia da dependência do governo do Farol de Alexandria.
A diplomacia de um Chefe de Estado que recebia um carão do presidente Clinton, na frente de todo mundo e não se dignava a defender o Brasil – ou a si próprio.
Esses colonistas, no fundo, adoraram a política externa da campanha do Padim Pade Cerra: fechar o Mercosul e isolar (ou invadir) a Bolívia e o Irã.
Como se o Celso Amorim fosse a Hillary Clinton.
O Rossi é um veterano repórter do Mundo.
No dia que o Grupo dos Sete dos Estados Unidos foi deposto e, no lugar, entrou o Grupo dos 20 de que o Brasil faz parte, ele não deu importância.
Porque passou a vida inteira a cobrir a irrelevância do Brasil no âmbito do G7 e não percebeu que o G7 é que se tinha tornado irrelevante.
O princípio da “auto-determinação dos povos” faz parte da política externa brasileira desde sempre.
(Fora intervalos de genuflexão, como no regime militar, sob inspiração do jenial Golbery, e nos governos Collor e FHC).
Um dos teóricos mais brilhantes do princípio da auto-determinação dos povos foi o Embaixador Araujo Castro, ultimo chanceler do grande presidente João Goulart.
Como se sabe, o governo constitucional do Presidente Goulart foi deposto numa ação de desrespeito à auto-determinação do povo brasileiro.
Há vários motivos a explicar a queda de Goulart.
Por isso, convém ler o livro do professor Jorge Ferreira, que revisitou Goulart e deu um banho de História no historialista Elio Gaspari.
Conta o professor Ferreira que San Tiago Dantas foi quem revelou a Goulart como se daria a intervenção militar americana, caso ele resistisse.
A informação da San Tiago Dantas veio de Minas, onde os insurretos criaram um Estado independente, que já negociava com o “chanceler” Afonso Arinos o reconhecimento do Governo Johnson, dos Estados Unidos.
Convenhamos, amigo navegante, que fazer uma “Revolução” com a V Frota americana nas costas é mais fácil do que sair na rua de cara lavada, não é isso ?
Ainda mais que, como mostra o professor Ferreira, as pesquisas de opinião pública do momento indicavam forte apoio a Goulart e às reformas de base.
O historialista Gaspari – infatigável defensor dos Estados Unidos e adversário da política externa independente do Brasil -, além de usar vários chapéus, assegura que Jango caiu porque gostava de coristas.
O Brasil é gato escaldado.
Se o Brasil apoiar a invasão do Iraque em busca de armas inexistentes, com que autoridade protestaria, se a V Frota viesse com um canudo chupar o pré-sal no limite das 200 milhas ?
Por essas e outras, esse ansioso blogueiro é a favor da bomba atômica.
Para o Brasil assegurar a auto-determinação do povo brasileiro.
Em tempo: este ansioso blogueiro recomenda a todo brasileiro auto-determinado que leia o excelente artigo com que o Ministro da Defesa (do Brasil) Celso Amorim se despede da Carta Capital.
Clique aqui para ler “Notícias do possível ato final na Líbia”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Líbia e Síria: PiG não engole a independência do Brasil | Conversa Afiada
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