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Marcha pela Educação reúne mais de 9 mil em Belo Horizonte
25/08/2011
Dia de Luta pela Educação uniu entidades dos movimentos sindical e social em solidariedade aos trabalhadores do magistério em greve desde o dia 8 de junho
Escrito por: Rogério Hilário com Sind-UTE/MG
Como parte da Jornada de Lutas do apoio dos movimentos sociais e do movimento sindical em apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras em educação de Minas Gerais, cerca de 9 mil pessoas participaram no final da tarde de quarta-feira (24) da Marcha pela Educação. A passeata, que começou após a assembleia dos educadores no pátio da Assembleia Legislativa (ALMG), terminou na Praça da Rodoviária, no Centro de Belo Horizonte, onde aconteceu um ato público.
Os manifestantes fecharam as ruas e avenidas no entorno da Avenida Afonso Pensa por volta de duas horas. O trânsito ficou praticamente parado nas avenidas do Contorno, Amazonas, Nossa Senhora do Carmo, Cristiano Machado e Antônio Carlos.
A marcha e o ato finalizaram o Dia de Luta pela Educação, que uniu entidades dos movimentos sindical e social em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras em educação, que estão em greve desde o dia 8 de junho pelo pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional. A rede de apoio também arrecadou recursos para ajudar o Sind-UTE/MG a pagar as despesas com assembleias e paralisação.
Durante a assembleia de quarta-feira, os educadores aprovaram a continuidade da paralisação e comemoraram uma boa notícia: acórdão publicado na quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprimento da Lei 11.738, que determina aos Estados o pagamento do piso nacional de R$ 1.187, 97 para jornada de trabalho de até 40 horas semanais.
Com faixas, bandas de música e bandeiras, os professores fizeram muito barulho na assembleia. "É greve, é greve, é greve até o Anastasia pagar o piso que nos deve!", gritavam. Visivelmente empolgados, alguns choraram. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (31).
Dirigentes de sindicatos de várias categorias, como bancários, eletricitários e servidores públicos municipais e federais, além de estudantes e professores de universidades, entre elas a UFMG e a PUC Minas, integrantes do Movimento Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e até representantes das nações indígenas foram à assembleia para dar apoio ao movimento dos educadores. O grupo Tambolelê fez uma rápida apresentação e puxou a marcha.
“A luta dos professores é justa. O governo tem que cumprir a lei e pagar o piso. Estamos aqui para dar apoio ao movimento”, disse o cacique Massaranduba, da tribo pataxó de Porto Seguro, Bahia, que estava em Belo Horizonte visitando estudantes indígenas da UFMG. Pataxós, xacriabás e tupiniquins portavam faixas de solidariedade à greve e dançaram no pátio da ALMG, juntamente com alguns professores e militantes dos movimentos sociais.
No ato público, na Praça da Rodoviária, dirigentes e militantes dos movimentos sindical e social falaram em apoio aos educadores. “Quero parabenizar o movimento dos trabalhadores em educação e também a unidade dos movimentos sociais e sindical, que construíram esta marcha e este ato históricos. A luta dos trabalhadores em educação e do Sind-UTE é de de toda a classe trabalhadoras conta o governo Anastasia”, disse Marco Antônio de Jesus, presidente da CUT-MG.
“O movimento dos educadores se tornou o símbolo da unidade dos movimentos sociais. Com a rede de solidariedade conseguimos arrecadar mais de R$ 400 mil e podemos chegar R$ 600 mil, com a ajuda da CUT. Precisamos segurar esta greve para dobrar o governo do Estado. Levamos para o governo federal e para o Congresso Nacional dossiês sobre a educação em Minas Gerais. A greve já se tornou assunto nacional”, falou Jairo Nogueira, coordenador do Sindieletro-MG.
“Parabenizo os trabalhadores em educação, em nome da CUT Nacional e de nosso presidente, Artur Henrique. Estamos com vocês até a vitória”, disse Shakespeare Martins de Jesus, da Direção Nacional da CUT.
José Maria Santos, do Sindágua-MG, se emocionou com a assembleia, a marcha e o ato. “O movimento dos educadores e a união dos movimentos sociais me emocionou. Há muito tempo não via algo tão intenso como hoje. Finalmente, depois de muitos anos, vejo os trabalhadores unidos se levantando contra o governo do Estado. Estamos num momento histórico.”
STF garante o piso
O acórdão publicado quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprimento da Lei 11.738, que determina aos Estados o pagamento do piso nacional de R$ 1.187, 97 para jornada de trabalho de até 40 horas semanais, foi motivo de comemoração entre os professores. Eles lotaram o pátio da Assembleia Legislativa e, numa votação calorosa, aprovaram a continuidade da greve
"Foi uma feliz coincidência que o STF publicasse essa decisão no mesmo dia da nossa assembleia e um dia depois de o governo apresentar novas propostas para o subsídio, que não é piso salarial", afirmou a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira. O sindicato anunciou que vai aguardar agora uma atitude do Ministério Público Estadual (MPE) para cobrar o cumprimento da lei.
O Sind-UTE não aceita o subsídio criado pelo governo do Estado e só negocia um valor proporcional para os contratos de 24 horas semanais desde que o governo tome como referência o piso nacional e não incorpore os benefícios (quinquênios, auxílios alimentação e transporte) ao vencimento básico. "O Estado pode até pagar o valor proporcional que seria R$ 712 para 24 horas semanais".Trabalhadores/as em educação decidem: a greve continua por tempo indeterminado
Greve continua
Em Assembleia Estadual realizada na quarta-feira (24) no Pátio da ALMG, em Belo Horizonte, cerca de 9 mil trabalhadores/as em educação, sob coordenação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), decidiram continuar em greve por tempo indeterminado.
Pela manhã, o Comando Geral de Greve esteve reunido para avaliação do movimento e da nova proposta de política salarial para a educação, anunciada na terça-feira (23), pelo governo do Estado, através das Secretarias de Estado da Educação e do Planejamento e Gestão.
A direção do Sind-UTE/MG entende que a proposta de política salarial para a educação anunciada pelo Governo de Minas não faz justiça às reivindicações da categoria.
O Projeto de Lei que o governo enviará à Assembleia Legislativa, segundo a Secretaria de Estado da Educação, possui propostas de aperfeiçoamentos na política salarial dos profissionais da educação do Estado que entrou em vigor em janeiro deste ano; mas os trabalhadores em educação não entendem desta forma.
A coordenadora-geral do Sindicato, Beatriz Cerqueira, explica que a nova proposta foi discutida amplamente com a categoria durante a Assembleia Estadual e por fim foi rejeitada. “Essa proposta comprova que o governo não apresenta melhorias para a educação. Nossa luta é pelo Piso Salarial e, aperfeiçoar o subsídio não atende à categoria”, afirma.
A categoria está em greve desde o dia 8 de junho. A reivindicação é pelo imediato cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), que segundo avaliações do MEC está estipulado atualmente em R$ 1.187,00. O governo de Minas paga hoje de vencimento básico, o valor hoje R$ 369,00.
Calendário de atividades aprovado durante a Assembleia Estadual
- 25/08 - Fórum Técnico de Segurança nas Escolas – Araxá
- 26/08 - Atividades em Tiradentes e Fórum Técnico sobre o PSPN na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
- 29/08 - Entrega do dossiê da Educação para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) durante encontro na Fecomércio que vai discutir sobre o trabalho decente.
- 31/08 – Assembleia Estadual no Pátio da ALMG – 14h.
- Realização de encontros locais e regionais até a próxima assembleia em parceria com entidades sindicais e movimentos sociais.
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