segunda-feira, 29 de março de 2010

Choque de Gestão: Paralisação do Ipsemg causa revolta e desespero de pacientes

Minas
Paralisação do Ipsemg causa revolta e desespero de pacientes

Na portaria, as pessoas eram informadas que só os casos de urgência analisados em uma triagem são admitidos


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A maioria das pessoas que aguardavam ser chamadas teve que voltar para casa

A revolta tomou conta de dezenas de pessoas nesta segunda-feira (29), desde as 7 horas, no setor de Serviço Médico de Urgência do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, Ipsemg. A anunciada paralisação dos médicos, que deve continuar até o começo da manhã de quinta-feira (1º), deixou sem atendimento homens, mulheres e crianças.


Na portaria, as pessoas eram informadas que só os casos de urgência analisados em uma triagem são admitidos, o que provocou protestos, principalmente de idosos. No início do atendimento, mais de 50 pessoas aguardavam as chamadas, mas a maioria foi obrigada a desistir e voltar para casa. Em alguns momentos, as discussões acirradas entre pacientes e atendentes quase chegaram a consequências piores.


Além de prejudicar o atendimento no setor de Serviço Médico de Urgência, na Alameda Ezequiel Dias, a paralisação impediu que cerca de 1.500 segurados do Ipsemg, conseguissem marcar consultas no Centro de Especialidades Médicas (CEM), no Bairro Santa Efigênia, na Zona Leste, provocando protestos de dezenas de pessoas que procuraram o setor.


No final da manhã, a assessoria do Ipsemg repetiu a informação divulgada na semana passada, indicando que a direção do hospital não iria se posicionar porque não havia recebido um comunicado oficial para negociações, enfatizando que a direção está aberta ao diálogo.


Já a assessoria do Sindicato dos Médicos, que não lidera a paralisação mas está apoiando o movimento, anunciou que a posição da entidade continuava inalterada, tendo como principal item de reivindicação a melhoria nas áreas de pessoal e de recursos do Ipsemg.


Em nota, o sindicato da categoria continua afirmando que o movimento de paralisação iniciado nesta segunda-feira (29) deverá continuar até as 7 horas de quinta-feira, quando deverá ocorrer uma assembléia que definirá pela continuidade ou suspensão do movimento.


Apesar de a paralisação ter sido noticiada desde o final da semana passada, o Sindicato dos Médicos promoveu a afixação de cartazes e faixas informando sobre o movimento, o que era ignorado por muita gente.


O neurocirurgião Odilon Braz Cardoso falou em nome dos médicos do Ipsemg afirmando que "foram fechados vários leitos no setor de cirurgia por e que só na clínica neurológica 16 médicos pediram demissão nos últimos anos, aumentando ainda mais o déficit de profissionais no hospital".


Segundo ele, "tem dia que não tem médico de plantão no setor de neuro". Cardoso afirmou que os médicos que estão parados não definiram um índice de aumento de salários porque, segundo ele, "a preocupação maior é com a recuperação do hospital".


Os médicos estão reivindicando também a contratação, através de concursos, de mais profissionais para acabar com a defasagem de pessoal, além de exigir a participação da categoria nos planos de revitalização do Ipsemg.

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